Por Jaqueline Bueno
O homem entra no supermercado acompanhado da esposa. Cumprimenta os funcionários e amigos ao redor. Muita gente num mesmo espaço, quase uma feira de peixe como dizem por aí. Os timbres das vozes ecoam e se misturam causando confusão. A família circula em meio às gôndolas, olha o preço, avalia, compara e coloca o produto no carrinho. Não é muita coisa, por isso decidem passar pelo caixa rápido – talvez o dono do estabelecimento tenha feito uma releitura dessa expressão - que em tese soa ligeiro, mas na prática...
Uma mulher elegantemente vestida, cheia de penduricalhos de ouro, olha rapidamente o ‘pequeno’ transtorno ocasionado pela falta de agilidade do equipamento eletrônico que faz a leitura ótica do valor das mercadorias. Por causa da muvuca, ela aproveita para passar seus mais de dez itens estipulados para aquele caixa na frente de outros clientes.
O homem acompanhado da esposa se indigna com a postura da (des) elegante senhora e começa a discussão.
- Oh, dona! A senhora não viu que eu estava na frente? , grita o homem enquanto sua esposa tenta se esconder com as mãos no rosto.
- Meu senhor, eu passo aonde eu quiser.
- Mas você está atrasando a vida de todo mundo, sua grossa.
- O senhor já leu aquilo ali. – aponta a senhora chacoalhando seus acessórios dourados.
O homem olha para cima e vê a placa azul com o seguinte lembrete em branco: “Proibida a entrada de animais”.
- Se eu sou grossa... o que o você está fazendo aqui? - retruca a senhora.
*Publicado em junho de 2009.
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