06/09/2010

A vida é assim

Quando pequena eu podia escolher entre brincar com minhas bonecas ou assistir ao desenho animado. Com o tempo, me foi permitido jogar bolinha de gude com meus primos ou andar de bicicleta no quintal de casa. Logo, poderia me dedicar ao teatro com crianças da mesma idade ou estudar música clássica ao lado de músicos conhecidos regionalmente.

Durante estes 10 anos da minha vida, sempre acreditei na minha liberdade, pois me davam opções e, com minha pequena estatura e ingenuidade, apontava para qual atividade gostaria de praticar. No fundo, sabia que havia uma censura, mas não me dava conta disso. Queria mesmo era me divertir, além de estudar e aprender princípios familiares, éticos e morais.

Passados mais cinco anos, tive a oportunidade de trabalhar e continuava a crer que a escolha era minha. Aos dezoito ganhei de presente de aniversário a chance de me locomover com mais facilidade. Num documento estava estampada minha foto, meu número de identificação, nome do pai e da mãe e mais um bocado de informações que naquele instante me faria uma pessoa ainda mais livre, com o poder de escolha ainda maior, mais significativo.


Aos 23, sei que todas as minhas escolhas sempre foram induzidas, direcionadas ao ponto de não querer nenhuma das opções, mas selecionava uma para não ficar sem nada. Porém, algo de bom acontece hoje, mesmo não tendo quase nada, tenho o que eu quero, o que realmente me interessa, aquilo que optei por vontade própria e ainda a certeza, a convicta certeza de que continuo a sofrer e que ser livre não é tão fácil como pressupus.

20/08/2010

Curta ‘Dossiê Rê Bordosa’, de César Cabral

Clique aqui http://bit.ly/3Mtl0v

Vale a pena saber o motivo pelo qual Angeli matou Rê Bordosa!

16/08/2010

13/07/2010

Cadê a minha fé?


Dentro de mim mora um ser, só pode ser isso. Mas ele me incomoda de tal maneira que não consigo pensar, não consigo acreditar, nem ver, muito menos entender. Onde está a minha fé? Onde está a minha crença num ser superior? Nem no ambiente, nem em deuses ou deusas, muito menos na imensidão.

Os sonhos estão escapando pelo vão dos meus dedos, mas isso não significa que são muitos, porque alguns já se perderam e outros começaram a ruir. Onde está a minha fé em transformar o mundo, nem que seja devagarzinho?

Às vezes o vento tenta ajudar e sopra no ouvido uma lógica, mas o caos dentro da minha cabeça faz uma curva e o leva para longe. Apenas a intuição permanece, mas também não é suficiente. E vem um medo que germina, cresce e floresce. Parece que vai morrer, mas é forte o bastante para permanecer dentro de mim. Parece o outro ser.

Acho que fui roubada e não me dei conta, se bem que ela pode ter sido seqüestrada e pede por socorro, mas não tenho como saber, pois só senti a falta dela agora. Eu devia estar dormindo quando se foi. Quero minha fé de volta! 

05/07/2010

22/06/2010

Na terra do futebol tudo é compreendido

Época de Copa do mundo é um barato, ainda mais quando se tem homens e mulheres assistindo aos jogos (dou preferência para os do Brasil) no mesmo metro quadrado.

Faltando meia hora para começar, os rapazes já se posicionam em frente a TV para não perder nenhum comentário inicial ou uma entrevista do interesse deles. Enquanto as moçoilas, não muito longe, comentam da cor do esmalte e da combinação verde e amarela no cabelo, no cinto, na blusinha, no sapato, na pulseira e por aí vai.

Cinco minutos antes do jogo, o narrador começa o seu emocionante discurso (lembrando que o discurso só é emocionante se considerarmos o público). Minutos depois a escalação do time adversário é mostrada na tela e o ti-ti-ti logo ali continua. Em seguida, os nomes dos jogadores da seleção brasileira aparecem no vídeo e começa a correria e os toque toques dos saltos altos.

Sim, elas passam em frente a TV, pedem desculpa, dão um risinho e passam do mesmo jeito. Fazer o quê?

Primeiro tempo do jogo, a primeira falta contra o Brasil e uma delas solta a pérola: “Por que isso aconteceu, ele é tão bonitinho?”.  Sai o primeiro gol, os rapazes se abraçam, pulam no meio da sala (naqueles metros quadrados que disse anteriormente); elas também, mas colocam os pés para cima para não serem pisoteados e não estragar o esmalte.



No segundo tempo, quando o goleiro brasileiro defende o chute do adversário todos vibram pela bola não ter entrado no gol, uma das moçoilas grita histericamente: GOOOOOOOLLLLLLLL!!! (Silêncio geral!). É, foi necessário explicar o que havia acontecido. Mas quando a bola balança a rede adversária, a vibração é imensa, os gritos e as vuvuzelas ultrapassam as paredes e a tal, que havia comemorado antecipada e erroneamente, nem sequer sai do sofá.

Não é uma crítica às mulheres, afinal sou uma delas. São apenas observações. Porém, os homens não ficam de fora. Nos momentos de euforia, eles se beijam, se abraçam, seguram as mãos e depois de toda a alegria voltam com o discurso machista: “Olha lá aquele jogador, será que precisa beijar tanto o outro?”.

No final, o patriotismo é evidente e a reunião vira uma festa interminável. Pelo menos na minha família é assim. Se o jogo tem início às três da tarde, o povo chega às onze da manhã e só vai embora por volta das dez da noite depois ter experimentado a canja.

O Brasil é assim, cheio de pessoas diferentes e ao mesmo tempo iguais. Que venham mais jogos e que venha o HEXA!! 

01/05/2010

Uma maneira para vivermos melhor

De uns tempos pra cá tenho pensado sobre a compaixão, se é um ato espontâneo ou se temos que trabalhar nosso interior para que ela apareça  e se intensifique. Duvidei da sua existência por alguns minutos, mesmo sabendo que em muitos momentos a percebo dentro de mim.

Os dicionários trazem o sinônimo para compaixão como o ato de entender o estado emocional de outra pessoa, de compreender o sofrimento de alguém que você não conhece e ainda de sentir vontade de acabar com esse sentimento mesmo nunca tendo visto a pessoa antes.

E nesse pensar constante, tenho sentido ainda mais vontade de colocar em prática todos os significados dessa tal compaixão, desse sentimento esquecido aqui no fundo do peito. E a cada dia presenciando boas atitudes descubro que a minha dúvida não é em vão, pois a compaixão é algo tão intenso e verdadeiro que se pode duvidar.


Não acho que possa ser entendida como dó, nem como pena de alguém, pois com ela é possível encontrar um equilíbrio e você passa a entender muito melhor o outro.

Inspirada nisso tudo, apresento a vocês um vídeo do "Doutores do Bem". Eu acredito que essa galera compreende o que digo.



Para entrar em contato com este grupo envie um e-mail para ana.marta.alvares@gmail.com ou ligue: (18)97085621