19/04/2010

Pequena notável

Por Jaqueline Bueno

Todo dia é a mesma coisa, as mesmas pessoas, a mesma ida e volta, o mesmo eu, mas não a mesma alegria. O tempo parou num instante. Flores, frutas, borboletas se misturavam com as bolinhas multicolores do pijama que traz tranquilidade e, às vezes, segurança.

Saltos pelas descobertas num labirinto com agradáveis odores. Parei e pensei em quando eu era criança. Que vontade de voltar no tempo e pular amarelinha, correr no campo, roubar amoras no vizinho, esmagá-las nas mãos, passá-las pelo corpo e chegar gritando, fingindo ter se cortado e ouvir a voz serena daquela senhora que cuidou dos sete netos e educava-os com vara feita de couro, de boi ou de cavalo?Já nem me lembro mais.

Agora, volto no tempo em passos curtos e rápidos, sem um tempo para ela e com medo de logo perdê-la. O que será de nós? Nossas tardes de domingo cheirando o quinto café feito para aquelas pessoas que antes eram pessoinhas e os bolinhos duros... Ahh! Preciso pensar nisso.

Crescer é bom, mas viver como criança é melhor ainda: o abraço, a bagunça nos cabelos de fios mesclados de branco, cinza e uns pretinhos tímidos me remetem a momentos únicos.

De uns meses para cá, tenho sentido uma falta tão intensa dela, que os poucos minutos sentada ao lado da vózinha, uma vez por semana, não têm sido suficientes. Chega a ser uma dor interna, afrouxada pelo sorrisinho recebido ao chegar ao portão.

Tenho medo de que o labirinto da vida não possibilite mais o reencontro e que tomemos rumos diferentes. Pois estamos tão perto e tão longe. Quero que a rotina continue para nós, porque todo dia ela faz tudo sempre igual e é natural, simples e verdadeiro.

Não sei o por quê, mas de um pensamento, de um começo de escrita parti para este caminho, senti o cheiro do frango, do arroz sem sal, ouvi seus risos pelo beijo roubado na tela da TV e pela fala arrastada do personagem cinematográfico e mais uma vez sua voz:

- Fia, não vai não! Fica.

E agora eu me pego pensando:

- Fia, não vai não! Fica.


*Texto desenvolvido em setembro de 2009 durante curso de Jornalismo Literário - Narrativas de transformação

Vivemos e morreremos com ela

Por Jaqueline Bueno


A preguiça. O último dos sete pecados capitais tem cara de gato, cheiro de mato, cochilo no sofá, moleza nos músculos, pálpebras pesadas, mas com um peso diferente de quando se está há várias noites sem dormir.

Por causa dela, a gente fica inerte, tem uns devaneios. Se se deixar levar, é possível esbarrar no ócio. É uma anulação do ser, uma aversão ao trabalho. Com ela, a gente aceita o nada e o faz parecer tudo. A gente se torna lento e estabelece uma morosidade na realização de ações e no pensar. Sente o corpo mais velho do que é. Fazer o quê? Assim que a vida é. Esse é um pensamento um tanto preguiçoso.

Vou parar aqui, porque a preguiça está me convidando para fazer coisa nenhuma.

*Publicado em setembro de 2009.

Trailer do filme "Quanto dura o amor?"

"Quanto dura o amor?"


Foto: divulgação

Por Jaqueline Bueno

O filme “Quanto dura o amor”, do diretor Roberto Moreira, será lançado (em primeiro lugar de todo o país) nesta sexta-feira (25), às 20h, no Cinema FAC da Fundação Assisense de Cultura, em Assis, interior de São Paulo. O filme conta com a participação da atriz assisense Maria Clara Spinelli.

Após a sessão do filme, haverá um bate papo exclusivo com o diretor e atrizes.

O filme “Quanto dura o amor?”, que já passou pelos festivais de cinema latino americano – SP, Festival de Paulínia, INDIE – BH e Seleção Bourbon – POA, e tem lançamento confirmado nos Estados Unidos, chega a Assis com sessões dia 25/09 (sexta-feira), às 20h, e nos dias 26 e 27/09 (sábado e domingo), às 18h e 20h.

Lançamento do filme "Quanto dura o amor"











Equipe do Filme



Fotos: Jaqueline Bueno

Por Jaqueline Bueno

O longa metragem nacional “Quanto dura o amor?”, do diretor Roberto Moreira, estreou em Assis- SP na última sexta-feira (25), no Cinema FAC. O filme conta com a participação da atriz assisense Maria Clara Spinelli que esteve presente durante a exibição, juntamente com o diretor, com a atriz e produtora de elenco Paula Pretta e com o produtor Luciano Patrick, da produtora Coração da Selva.


É a primeira vez que atriz Maria Clara Spinelli atua no cinema. Para ela, a transição do teatro para a telona foi uma experiência intensa e cheia de muito trabalho. “Uma característica do diretor Roberto é pedir para que os atores não decorem o texto e usem a improvisação. Isso foi um desafio para mim. Tenho que agradecer ao Sérgio Pena, pois foi ele quem me ajudou com a interpretação no cinema”, comenta Maria Clara Spinelli.

Para refletir

Aprecie, faça, contemple arte

Foto: Jaqueline Bueno

Museu de Arte Primitiva de Assis